sandra aka margarete ~ acknowledgeyourself@gmail.com

(acerca do regresso ao blog-mãe ~ acknowledge yourself)

já não arrancam
pétalas às flores, as
meninas grandes devem
ser capazes de abrir
a boca sem deixar nenhum
dente cair





Valter Hugo Mãe in "A Cobrição das Filhas"

la caisse du mouton
Antoine de Saint-Exupéry



acknowledge (or whatever) thyself



post surriapido

A família e a cidade

João Galamba (/jugular.blogs.sapo)



"Não se salva a cidade se não se salvar a família"
D. José Policarpo


Mas não se pode salvar a família desrespeitando a cidade. Nas democracias liberais modernas respeitar a cidade implica reconhecer a dignidade de todos aqueles que a constituem — e não, como pretende o Cardeal Patricarca, sujeitar a dignidade de alguns a uma qualquer ecologia do humano a que se atribui, dogmaticamente, um estatuto ontológico divino. O casamento civil não é o mesmo que o matrimónio; é uma instituição laica, sustentada por uma comunidade política fundada nos valores da igualdade, liberdade e fraternidade; não na fé, na esperança e na caridade.

. . .


verdade dita com poucas palavras

para quem quiser compreender, claro


ler devagar... por partes:


Mas não se pode salvar a família desrespeitando a cidade.


Nas democracias liberais modernas respeitar a cidade implica reconhecer a dignidade de todos aqueles que a constituem


e não, como pretende o Cardeal Patricarca, sujeitar a dignidade de alguns a uma qualquer ecologia do humano a que se atribui, dogmaticamente, um estatuto ontológico divino.



O casamento civil não é o mesmo que o matrimónio;


é uma instituição laica, sustentada por uma comunidade política fundada nos valores da igualdade, liberdade e fraternidade; não na fé, na esperança e na caridade.

verbo: odiar

Odeio-te
Faz-me falta dizer coisas destas assim odeio-te

Odeio a sarja branca.

De seguida direi coisas assim que me fazem falta dizer coisas destas odeio
A terra treme treme treme
Tremeluz
A terra tremeluz e eu odeio
Odeio
o de i o
o day e you
faz-me falta dizer coisas destas que estou agora a escrever a escrever a escrever
mas não te enganes
não as pronunciarei
por agora
odeio as ideias cristianas ronaldenses e todos os outros
de todas as estirpes bairristas
odeio-te na inveja
e odeio ódio mal canalizado
canaliza, canaliza, canaliza
orienta-te enquanto odeias
não estou para te aturar oh odiável

olha
tu
tu tu tututu
odeio quando não estás comigo
e odeio a distância
odeio pensar “longe”

odeio a estupefacção perante a demagogia das igrejas odeio
todas
odeio a hipocrisia

não odeio quando me adivinhas

não odeio as nossas imperfeições

ei
tu
canaliza pá
canaliza
vira para lá o teu ódio.

Dedicado a tudo e a todos que não sei se odeio
acho correcto empregar esta expressão
odeio odeio odeio.

:)

um dia feliz!

hoje!

"A corporalidade do acto” é um momento recorrente no livro “Se numa noite de Inverno um viajante” de Italo Calvino, cuja dinâmica é em torno do leitor. Em sequência, deu-se corpo ao leitor. Este é livre enquanto homem, mas refém de si mesmo enquanto parte do livro, e ambos, são afinal um só.

O peso que se pretende transmitir é o do processo de vivências – paixão/ódio, e tentativas de fuga - retorno, do homem quando percebe que afinal é o livro que lê, e vê nele todos os silêncios, até os impossíveis. O livro tem o olhar do vazio sobre o homem e este procura o reflexo no reflexo – e palavras para construir ideias.

“vivemos num mundo de histórias que começam e não acabam.”

No cúmulo, entenderá Calvino que “o sentido último para que remetemos todas as histórias tem duas faces: a continuidade da vida e a inevitabilidade da morte”, pelo que na busca da imortalidade e da particularidade de desejar ser deus, o homem entrega-se finalmente
a ser o livro.

Carlos Veríssimo